Buenas quintas! Galera, o texto tá grande mesmo!...mas como resumir uma vida tão INTENSA e significativa? O bom é que tem tudo a ver com nosso momento atual de mudanças políticas.

"SONHO COM O DIA EM QUE TODOS LEVANTAR-SE-ÃO E COMPREENDERÃO QUE FORAM FEITOS PARA VIVEREM COMO IRMÃOS."

Nelson Mandela nasceu em 18 de julho de 1918 na África do Sul. Seu pai, Gadla Henry Mphakanyiswa foi um chefe regional e neto de Ngubengcuka, rei africano do século XIX. Bem como o seu avó, Gadla era adepto do poligamismo e tinha quatro esposas. A terceira, Nosekeni Fanny, deu a luz a um dos 13 filhos do chefe, um menino que levou o nome de Rolihlahla Mandela. Rolihlahla é um termo coloquial do Xhosa, uma das 11 línguas oficiais da África do Sul, que significa “baderneiro”. O sobrenome do garoto, que viria a ser conhecido mundialmente, é proveniente de seu homônimo avó Mandela, pai de Gadla e filho direto do rei. Mais tarde, aos 7, no seu primeiro dia de aula numa escola metodista, ele e todos os seus colegas receberam um nome britânico, seguindo as tradiçoes da época. Miss Mdingane não poderia nem imaginar que aquele Nelson ganharia notoriedade como o “pai da nação” sul-africana.

Na escola, Mandela aprendeu a socializar e perdeu a pose de garoto onipotente ao se tornar melhor amigo de uma garota. Começou a praticar diversos esportes como boxe, corrida e dança de salão, além de desenvolver uma paixão por jardinagem que duraria por toda a sua vida. Em 1938, aos 20 anos de idade, vieram à tona suas primeiras facetas de líder - por sua pró-atividade em assuntos acadêmicos, o garoto foi nomeado Representante Estudantil. Mais tarde, se envolveu com muitas pessoas ligadas a diferentes partidos, mas sempre rejeitou envolvimento. Lutando pelo bacharelado em artes numa universidade, contudo, participou e ajudou a fundar alguns grupos e movimentos, sérios ou não, que visavam algum tipo de mudança, como o Conselho Representativo dos Estudantes que na época protestavam pela qualidade da comida. O baderneiro fez tanta arruaça que eventualmente foi convidado a se retirar temporariamente da universidade, e acabou por não receber o diploma.

Nelson e seu irmão postiço Justice chegaram a Johannesburgo em abril de 1941 numa fuga repentina. Justice era filho de um regente sul-africano, que tomava conta dos dois meninos e havia arranjado casamentos para ambos. Contrariados, chegaram a maior cidade da África do Sul e foram à luta. Aos 23 anos de idade, Mandela conseguiu um emprego como vigia de um complexo de mineração antes de entrar como aprendiz numa empresa de advocacia. Um negro entre judeus comunistas adeptos do partido esquerdista CNA, o Congresso Nacional Africano.
O aprendiz fez seus primeiros amigos brancos e começou a frequentar conversas e encontros comunistas, onde ficou impressionado com a multiracialidade dos participantes do partido. O ateísmo destes grupos não o agradava, o que ofuscou o interesse do garoto em tornar-se partidário. Contudo, meio que sem querer, Mandela estava se politizando cada vez mais, e iniciou seu ativismo político protestando nas ruas: em agosto de 1943 sentiu-se inclinado a participar de uma manifestação - apoiou e marchou junto a um bem-sucedido boicote ao transporte público, contra o aumento das tarifas.

Mais tarde acabou filiando-se ao CNA, onde viria a fundar, junto a simpatizantes pela luta contra a subjugação racial, a Liga Jovem do CNA. Durante este período, Mandela estava tão absorto na política que reprovou o último ano da faculdade três vezes, perdendo assim o direito ao seu diploma de direito. O envolvimento na política levou-o a conhecer Evelyn Mase, com quem casaria-se em 1944. Dois filhos vieram nos anos seguintes. A menina Makaziwe não resistiu a meningite e morreu  9 meses depois do nascimento.

Nas eleições gerais da África do Sul em 1948, votadas apenas pelos brancos, o grupo que viria a se tornar o Partido Nacional foi eleito. Abertamente envoltos em aversões raciais, instauraram o plano extremista do Apartheid. Durante a mesma época Mandela foi eleito presidente da Liga Jovem do Congresso Nacional Africano, e começou a discursar contra o Apartheid e suas ideologias racistas. No início o ativista político juntou pequenos grupos, que logo se transformaram em 10, 20 mil ouvintes. Apesar de ser adepto do caminho de Gandhi de protestar através da não violência, Mandela foi preso assim mesmo, pela convulsão social que estava causando. E assim, de um dia pro outro, de 20, os protestos passaram para mais de 100 mil. O governo respondeu com prisões em massa.
Nos anos seguintes, Mandela entrou e saiu da prisão algumas vezes. Foi proibido de falar com mais de duas pessoas ao mesmo tempo. Abriu uma empresa de advocacia em Johannnesburgo que pouco tempo depois foi cortada pelas autoridades locais pelo “incômodo”. Teve sua segunda filha mas teve que divorciar-se de sua esposa que já não aguentava mais sua obsessão pela política, além dos indícios de adultério, com mais de uma mulher. Pensou em iniciar uma revolução armada devido a tantos obstáculos impostos pelo governo, mas a China, seu candidato a fornecedor de armas, negou o provisionamento da artilharia alegando despreparo. Casou-se novamente. Organizou protestos articulados, como o da queima conjunta de passes racistas que resultou na resposta truculenta da polícia em um das frentes, gerando o massacre de 69 protestantes. Viu o país entrar em colapso e desordem pública, que levou o governo a decretar estado marcial e, novamente, foi preso, acusado, indiciado, absolvido e solto.

Mandela estava cansado. Inspirado pela revolução cubana de 53 liderada por Fidel Castro, o sul-africano criou uma frente armada em seu partido. Através de literatura ilegal escrita por Che Guevara e Mao, obteve informações de como formar uma guerrilha. Viajou por diversos países africanos angariando apoio e fundos para sua empreitada. Começou um curso de estratégia paramilitar na Etiópia. Articulou e comandou diversos ataques a bomba a locais preferencialmente desabitados. Por estes ataques e planos, Mandela foi novamente acusado, fez sua própria defesa na corte, numa delas inspirou-se no discurso “A História me Absolverá” de Fidel, mas desta vez não houve acerto. Em 1964, aos 46 anos de idade, Nelson Mandela foi sentenciado a prisão perpétua.

Foram 27 anos de confinamento, solitária, cartas, pouquíssimas visitas, infindáveis leituras, cursos via correspondência, capítulos escritos de sua autobiografia, planos secretos de fuga, articulações políticas, prêmios recebidos, pedidos de liberdade em movimentos e campanhas internacionais. Enquanto isso, do lado de fora, a África do Sul estava à beira de uma guerra civil. Mandela foi finalmente libertado em 1990, aos 72 anos de idade. O evento foi noticiado e transmitido pra todo o planeta.

O ícone revolucionário continuou seu trabalho político e através destes esforços conseguiu junto com o então presidente Klerk, promover a primeira eleição democrática e multiracial. Mandela foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994, aos 76 anos de idade. Divorciou-se novamente e casou-se novamente. Recebeu o Nobel da Paz em 1993, além de mais de 250 prêmios e condecorações durante toda sua vida...E QUE VIDA! Madiba, como é carinhosamente conhecido, é considerado pela maioria dos sul-africanos como o “pai da nação.”

Hoje, com quase 95 anos, Mandela econtra-se no hospital, onde luta por sua vida...exatamente o que fez durante os últimos 90 anos.

"QUANDO DEIXAMOS NOSSA LUZ PRÓPRIA BRILHAR, INCONSCIENTEMENTE DAMOS ÀS OUTRAS PESSOAS PERMISSÃO PARA FAZER O MESMO."

Obrigado Madiba!
Todas as suas lutas, não serão esquecidas.

até a próxima caros leitores!