Buenas!

Como estão roubando todas as nossas quintas para fazer feriado, adiantamos nosso post para quarta pois ninguém deveria sair por aí neste feriado da Proclamação da República sem antes conhecer a história do aventureiro de hoje.

“A FELICIDADE SÓ É REAL QUANDO COMPARTILHADA"

Agosto, 1992, Stampede Trail, Fairbanks, Alaska:
“SOS. Eu preciso da sua ajuda. Estou machucado, quase morto, muito fraco pra voltar pela trilha. Estou sozinho, isso não é uma piada. Em nome de Deus, por favor espere aqui para me salvar. Estou por perto coletando bagas e devo voltar esta noite. Obrigado, Chris McCandless. Agosto? “

Christopher McCandless nasceu em fevereiro de 1968, em El Segundo, pequena cidade costeira da Califórnia, numa típica família de classe média/alta dos Estados Unidos. Desde pequeno, seus professores atestam, era um menino com uma força de vontade atípica. Mais tarde, no colegial, juntou sua determinação a um forte idealismo e resistência física, que demonstrava, por exemplo, enquanto comandava o time de cross-country da escola. Assim que se formou, embarcou na sua primeira viagem por todo o país a bordo de seu carro Datsun.

“SE VOCÊ QUER ALGO NESSA VIDA, VÁ BUSCAR.”

Tinha um crescente desejo de liberdade dentro de si. Na faculdade, seus ideais ficaram cada vez mais fortes. Declarava que boa parte da sociedade era composta de um materialismo vazio. Influenciado por autores como Tolstoy e Thoreau,  McCandless visionava um período de contemplação solitária como um próximo passo em sua busca por si próprio.

"NÃO HÁ NADA MAIS DESTRUTIVO PARA SEU ESPÍRITO AVENTUREIRO, QUE UM FUTURO PLANEJADO."

Em maio de 1990, logo após conseguir seu diploma da faculdade, Christopher doou $25.000,00 remanecentes dos $47.000,00 que havia ganhado de um amigo da família para o curso de direito, para uma instituição de caridade que luta pela erradicação da pobreza. E botou o pé na estrada novamente. Nascia assim Alex Supertramp, nome escolhido pelo aventureiro para si próprio.

"POR NÃO ACEITAR MAIS O VENENO DA CIVILIZAÇÃO ELE FOGE, E ANDA SOZINHO PELA TERRA PARA SE PERDER PELA NATUREZA SELVAGEM"

Alex atravessou o Arizona, Califórnia e Dakota do Sul, onde parou para trabalhar durante uns tempos. Abandonou seu carro por lá mesmo e continuou a pé e de carona. Em 91 desceu o rio Colorado até o Golfo da Califórnia e até cruzar a fronteira com o México.  Em 92, aos 24 anos de idade iniciou o que há tempos era realidade apenas em seus sonhos. Uma odisseia pela natureza selvagem do Alaska, onde ele esperava encontrar paz e significado para a vida através da solidão extrema, vivendo apenas da natureza e com a natureza.

"EU DECIDI VIVER ASSIM POR UM TEMPO. A LIBERDADE E A BELEZA DOS DETALHES SÃO BOAS DEMAIS PARA DEIXAR PASSAR"

Supertramp fez muitos amigos pelo caminho até o momento de iniciar sua jornada soltiária. Todos lembram dele como uma pessoa inteligente e amante dos livros, e muitos tentaram dissuadí-lo de sua tão esperada aventura. Mas ele seguiu em frente. Equipamentos e vestimentas inapropriados, poucos mantimentos, uma arma, muitos livros inclusive um sobre as plantas locais, e um pequeno diário, onde relatou suas experiências, dia após dia.

“NÃO HÁ FELICIDADE MAIOR QUE VER UM HORIZONTE DIFERENTE A CADA MOMENTO.”

Caminhou várias milhas, atravessou rios turbulentos e encontrou um ônibus abandonado que lhe serviria de abrigo pelos próximos meses. Ali, viveu da terra, caçou pássaros, porcos-espinhos e até um alce. Seu espírito aventureiro era, contudo, maior que suas reais habilidades na natureza selvagem. Após noventa dias vivendo no ônibus, McCandless começa a se sentir fisicamente fraco pela pouca alimentação, e emocionalmente instável pela falta de contato humano, e decide voltar para a civilização. Já era julho e a trilha de volta estava bloqueada pelo crescente fluxo do rio. Alex não teve escolha se não voltar para o ônibus, onde prendeu o pedido de socorro do lado de fora do ônibus.

Foram 113 dias relatados em seu diário. Suas últimas palavras foram escritas em 12 de agosto. Seu corpo foi encontrado dentro do ônibus duas semanas depois  por um caçador local.

Aproveitem o feriado e cuidem-se!