A aventura é válida por si só.

O ano é 1920. A sociedade é ainda restritiva quanto aos direitos das mulheres. Os homens ocupam todos os cargos de confiança e acham graça das colegas do sexo oposto que tentam alcançá-los profissionalmente. Não é diferente em Atchison, um pequeno povoado de Kansas, nos Estados Unidos da América.

A menina Amelia não parece muito preocupada. Sobe em árvores como meninos, atira em ratos com um rifle .22, como homens. Encontra tempo de ler e guardar recortes de jornal sobre as poucas mulheres de destaque e bem-sucedidas da época. Pode-se dizer que é meio desvirtuada, uma sonhadora.

A jovem de vinte e poucos anos do tipo delicada mas nada frágil, é auxiliar de enfermagem num hospital militar no Canadá, enquanto empilham-se os corpos da 1ª guerra mundial. É também assistente social numa casa de aposentados - até que ela tem potencial.

Nenhum ato de bondade para ali. Bons exemplos são seguidos. O maior efeito desta ação é que faz os receptores a replicarem.

É bonita, também. Para fechar bem o ano, pegou uma carona com um sujeito que tinha um avião. O frio na barriga acusou o que seria a eterna paixão de sua vida: não o cara, a arte de voar.

A melhor maneira de fazer, é fazendo.

Pioneira na aviação mundial, quebrou o recorde mundial feminino de altura em 1921 e de velocidade em 1930.

Em 1932 tornou-se a primeira mulher a voar sozinha sobre e através do Oceano Atlântico.

Fez sua primeira tentativa de ser a primeira mulher a atravessar o mundo a bordo de seu Lockheed Electra em março de 1937, que resultou num fracasso, ainda na decolagem. Sua segunda tentativa culminou em seu desaparecimento em algum lugar do Oceano Pacífico em 2 de julho do mesmo ano, quando lhe faltavam poucas milhas para terminar a empreeitada.

Coragem é o preço que a vida exige em troca de paz.

A história da lendária Amelia Earhart inspira gerações até os dias de hoje. A visionária aviadora é um símbolo de perseverança, pioneirismo e de defesa dos direitos das mulheres. 75 anos depois de seu desaparecimento, as buscas continuam. Os destroços do avião nunca foram encontrados. “Estamos quase sem combustível. Não podemos ouví-los no rádio.” Foram as últimas palavras de Amelia. Numa carta que deixou ao seu marido, escrita para o caso da perigosa aventura por ventura tornar-se a última , escreveu:

Estou ciente dos perigos. Quero fazer porque quero fazer. As mulheres têm que tentar fazer as coisas…se falharem, a falha deverá se tornar um desafio para as próximas.